quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

UNE é suspeita de fraudar licitações

A União Nacional dos Estudantes (UNE) está sendo acusada de fraudar convênios e forjar orçamentos, além de não prestar contas de recursos públicos recebidos nos últimos dois anos. A entidade chegou a apresentar documentos de uma empresa de segurança fantasma, com sede na Bahia, para conseguir aprovar um patrocínio para o último Congresso da UNE, em Brasília. De acordo com o Ministério da Cultura, pelo menos nove convênios celebrados com a UNE, totalizando R$ 2,9 milhões, estariam em situação irregular - a entidade tomou dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou. O presidente da entidade, Augusto Chagas (PCdoB), promete devolver o dinheiro, se forem comprovadas irregularidades.Mas por que, mais uma vez, a UNE se vê às voltas com denúncias envolvendo a gestão financeira da entidade? A administração dos recursos da UNE, sejam oriundos de emendas parlamentares, convênios e patrocínios públicos ou privados, é uma verdadeira caixa-preta. Os tesoureiros, há várias gestões, são sempre indicados pela mesma chapa, composta pelas forças que apoiam o governo. As contas, aprovadas anualmente pela diretoria, chegam prontas para análise e a contratação de serviços para eventos e mesmo para o funcionamento da entidade nunca são aprovados por sua diretoria. Recentemente, a UNE protagonizou uma série de mobilizações em defesa da reconstrução de sua sede histórica, posição justa e apoiada unanimemente por sua diretoria. Entretanto, optou, contra a proposta da oposição, por encaminhar contratações que envolvem desde o projeto (previsto em R$ 2 milhões de reais) até a reconstrução da sede em si, sem licitação. De acordo com a proposta do Contraponto (coletivo nacional do movimento estudantil que atua na UNE), defendida pela oposição em reunião realizada em outubro de 2008, todas as contratações deveriam ser feitas com base na Lei de Licitações e aprovadas por sua diretoria.Em nota, a UNE rebate as suspeitas levantadas pelo Estadão. Mesmo assim, cabe destacar que, se mais uma vez a entidade é suspeita, deve-se à pouca transparência com que tem tratado suas finanças desde que a UJS, juventude ligada ao PCdoB, e seus aliados, tratam do patrimônio e administração dos recursos.

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