quarta-feira, 7 de abril de 2010

'O dia que o Rio parou'


Publicada em 07/04/2010 às 15h16m no site do jornal O Globo

Artigo Eduardo Tacto -Cordenação estadual da APS-RJ e Membro do Diretório Estadual do PSOL/RJ

Um dos mais graves incidentes meteorológicos assolou grande parte da população de nosso estado. As fortes chuvas que caíram não só na capital, mais em outras diversas cidades, geraram o falecimento de dezenas de pessoas, causaram grandes transtornos e transformaram a vida de milhares de pessoas em um verdadeiro caos. Tais problemas afetaram as aulas da rede pública e particular, prejudicaram os transportes e causaram inúmeros alagamentos e deslizamentos por diversos lugares.
Apesar de ser um momento de dor e de necessidade, de unirmos esforços no auxílio aos desabrigados e na urgência de pôr a cidade em ordem, não podemos deixar de citar a omissão do poder público para com as cidades. Não existe em nosso estado uma política séria de habitação e a prefeitura, que é responsável pela ocupação do solo, nada fez para conter as ocupações irregulares, que causaram tantas desgraças nesse incidente. A cidade cresce de forma desordenada e não vemos políticas públicas concretas em relação a esse fato.
A ocupação das encostas, as falhas na coleta de lixo, a população que joga lixo na rua, a falta de dragagem de rios e lagoas transformaram-se em uma verdadeira bomba relógio com a enorme quantidade de chuvas. Quantas vezes já vimos a Praça da Bandeira encher com qualquer chuva? E até hoje nada foi feito para solucionar o problema. Ou passamos a tratar e entender a necessidade de se controlar o uso do solo e organizar a cidade ou a cada chuva como essas serão manchetes de jornais em todo o mundo.
É preciso ter responsabilidade e não jogar a culpa somente em São Pedro. Todos temos responsabilidades, em especial o poder público por ser omisso. Vamos sediar uma Copa do Mundo e uma edição das Olimpíadas. Imaginem a repercussão mundial se isso ocorresse durante um evento como esses. Além de prejudicar nossa imagem, prejudicaria o turismo e dificilmente teríamos oportunidade de sediar importantes eventos.
É hora de unirmos esforços em prol da população afetada, contudo, não podemos fechar os olhos para tais problemas ou sempre iremos ter a mesma expressão para falar: o dia em que o Rio de Janeiro parou.

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