sábado, 15 de agosto de 2009

A CRISE E A EDUCAÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A educação não poderia ficar imune a esta crise, visto ser um setor estratégico para a construção de uma hegemonia social. O capitalismo brasileiro de há muito vem, deliberadamente, promovendo uma situação caótica na área da educação. Aqui, no estado do Rio de Janeiro, desde particularmente o governo Garotinho, passando por Benedita, Rosinha, e agora, Sergio Cabral. Nós, profissionais da educação, sentimos na pele, o efeito dessa política governamental que trabalha no imaginário social a ineficiência da educação pública, para depois entregá-la de bandeja nas mãos da iniciativa privada, tal como foi feito, desde o governo de Marcello Alencar, com os trens, metrô e bancos.
Em nome da crise, e aproveitando-se do estado de desesperança e ceticismo de uma população assustada com o desemprego crescente, o governo Sergio Cabral, numa mistura de pretensa modernidade e corrupção, implementa, desde sua posse, em 2007, uma política na educação que tem a marca mais perversa do capitalismo brasileiro. Diante de uma clientela pauperizada, com salários precarizados e condições de vida próximas da miséria, o governo do estado apresenta uma face dita "moderna", com medidas tais como: centralização da merenda escolar, fornecimento de computadores pessoais para os professores/as, microfones para salas de aula climatizadas, dentre outras, deixando registrado que não somos contra a tecnologia nas escolas. Queremos ressaltar que o governo não tocou no cerne da questão pedagógica de nossas escolas: salas de aula superlotadas, colégios com obras intermináveis para proveito de empreiteiros particulares, professores/as ameaçados/as por trabalharem em áreas de risco, sem segurança pública, profissionais da educação sem reajuste salarial há mais de 12 anos, funcionários administrativos com vencimentos abaixo do salário mínimo, complementados por abonos do tipo "me engana que eu gosto", e política de gratificações que quebra a paridade entre ativos e aposentados/as.
Temos a consciência das dificuldades para arrancarmos vitórias nos governos de Sérgio Cabral, Eduardo Paes e contribuir na luta nacional por nossos direitos. No entanto, cabe a nós acreditar que somente com nossa organização e luta avançaremos na conquista da utopia da universalização da educação pública, laica, democrática, com qualidade social, salários dignos para professores/as e funcionários administrativos, ativos e aposentados, com plano de carreira unificado, paridade com integralidade para aposentados/as e reais condições de trabalho que reverta o quadro de adoecimento crescente de nossa categoria.

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