terça-feira, 29 de setembro de 2009

Políticos priorizam votações inúteis

O cientista político Jorge Almeida explicou a predominância de projetos inúteis nos legislativos do País, que têm origem no regime militar, quando houve um brutal enfraquecimento do parlamento, pois as liberdades políticas estavam restringidas ao mínimo.“E havia, além disso, o mecanismo do decurso de prazo, pelo qual os projetos de iniciativa do Executivo no Congressoeram aprovadosse não fossem votado num determinado tempo”, lembrou.Ele observou que após o fim da ditadura se implantou,em plena democracia, um sistema semelhante que até hoje prevalece: o das medidas provisórias, projeto editado pelos governos com força lei até a sua votação no Legislativo.“Isso tudo degrada a bancada parlamentar, que fica sem iniciativa e se restringe a apreciar os projetos prioritários dos governos. Acabam, vamos dizer assim, se ‘distraindo’ com essa série de projetos inúteis”, disse, apontando recente pesquisa em que o eleitor revelou ter a percepção de que as matérias são aprovadas no Congresso pelo próprio presidente Lula.“Câmara e Senado só aparecem associados a coisa ruim, corrupção e esse tipo de bobagem dosdias emhomenagem aalgumacoisa, queacabapiorando ainda mais a imagem do Legislativo”. Almeida considera que esse quadro só vai mudar quando ocorrer no Brasil uma revolução na cultura política da população que se refletiria em melhores parlamentares.“Claro que se houver mudanças legais, como o fim das medidas provisórias, isso teria reflexos positivos em todos os legislativos peloexemplo”.Indagado se o tal dia do macarrão, acaso não seria uma homenagema ele (esse é o apelido do cientista político), Almeida riu. “Tomara que seja, eu mereço!”

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